Este livro reúne estudos relevantes relacionados aos avanços em conservação e biodiversidade.

Por meio do primeiro capítulo foi realizada a caracterização molecular de amostras de Escherichia coli produtora da toxina Shiga (STEC). Se constitui em um microrganismo agente de infecções de amplo espectro clínico. O estudo contribuiu para a constatação de que a elevada prevalência de STEC em bovinos clinicamente sadios confirma o seu papel como importantes reservatórios ambientais. A ampla circulação desses patógenos em animais de propriedades rurais, em especial, aquelas cujas condições de infraestrutura e boas práticas de manejo são insatisfatórias, representa um sério risco ambiental de concentração desses microrganismos, propiciando a exposição e a ocorrência de doenças e das demais manifestações clínicas relacionadas ao patógeno.

A degradação de áreas vegetadas se constitui em uma das principais alterações resultantes das atividades humanas. O emprego de técnicas de recuperação podem se basear em fatores bióticos e abióticos. Por meio do segundo capítulo foi realizada uma revisão narrativa, relacionando a contribuição da polinização na recuperação de áreas degradadas e a compreensão do equilíbrio entre plantas e agentes polinizadores. Algumas das técnicas incluíram o plantio de espécies, nucleação e regeneração natural, que contribuíram com a recuperação de ecossistemas degradados.

O terceiro capítulo investiga a presença de algumas espécies de hidromedusas na Bacia de Campos. A espécie Aglaura hemistoma foi encontrada em todas as massas de água na região, em ambos os períodos, com significativa contribuição na composição das comunidades em cada massa de água. Conjuntamente, Liriope tetraphylla e Corymorpha gracilis foram espécies indicativas da Água Tropical (AT), enquanto as espécies Sminthea eurygaster e Amphogona apicata foram indicativas da Água Central do Atlântico Sul (ACAS) e Halicreas minimum da Água Intermediária Antártica (AIA). O estudo contribui para uma melhor compreensão da diversidade de hidromedusas para as regiões mesopelágicas e batipelágicas na Bacia de Campos.

As abelhas se destacam como principais polinizadores de culturas agrícolas e de ambientes naturais. Pelo quarto capítulo foi analisado o efeito do incremento de polinizadores em um cultivo de tomate, utilizando Melipona quadrifasciata como objeto de estudo. Para tanto, o efeito da visitação de abelhas na produção e na qualidade dos frutos do tomateiro foi avaliado antes e após a introdução de ninhos de M. quadrifasciata na área de cultivo. O estudo constatou que o número de sementes dos frutos foi maior após o incremento de polinizadores, concluindo-se que a M. quadrifasciata apresenta grande potencial para a polinização do tomateiro em cultivo aberto, mas que para que a introdução das colônias seja possível é necessário repensar o manejo tradicionalmente utilizado nessa cultura.

Por meio do quinto capítulo é apresentada uma metodologia rápida e viável que permite avaliar a estrutura física dos riachos e, remetem à condição do estado de conservação dos corpos hídricos. A metodologia é denominada Protocolo de Avaliação Rápida (PAR) e foi aplicada com o objetivo de investigar a condição de conservação de riachos inseridos no município de Umuarama, localizado na região noroeste do estado do Paraná, sob a formação de solo do tipo Arenito-Caiuá.

Entre os fatores que podem influenciar a vulnerabilidade ambiental de um local, o presente estudo trata da influência da declividade e da intensificação da ocupação irregular. A combinação entre estes dois fatores pode intensificar os impactos ambientais. A identificação e priorização de áreas de fragilidade facilita o planejamento territorial. Por meio do sexto capítulo foi analisada a vulnerabilidade ambiental das propriedades rurais do município de Cruzeiro do Oeste, localizado na região noroeste do Paraná. Pela elaboração de um mapa de vulnerabilidade ambiental foi constatado um alto nível de vulnerabilidade nos entornos dos corpos hídricos, justificando a realização de programas de regularização ambiental das propriedades rurais, priorizando as áreas com maior fragilidade ambiental.

Boa leitura!

A presente obra reúne trabalhos de pesquisa aplicada no âmbito das Ciências Biológicas. Em diferentes abordagens, os trabalhos (capítulos) apresentam conhecimentos aplicáveis nas áreas da Conservação, Sustentabilidade, Ecologia Vegetal, Mudanças Climáticas e Saúde Urbana. Os capítulos foram organizados em temas correlatos, no contexto de produção e inovação. No tema Ecologia e Desenvolvimento Vegetal, o capítulo “A vulnerabilidade da flora única do Espinhaço mineiro”, de autoria de Patricia Köster e Silva e Vânia Regina Pivello, apresenta sítios prioritários para a conservação na Cadeia do Espinhaço, em Minas Gerais. Dividido em três partes, o trabalho também identifica as ameaças para a flora da região, além da representatividade de espécies-alvo em unidades de conservação. O capítulo seguinte, “Crescimento e alocação de carbono em mudas de Parkia gigantocarpa cultivadas sob sombreamento”, de Monyck Jeane dos Santos Lopes e colaboradores, trata do desenvolvimento, em diferentes condições de luminosidade, da faveira-atanã. Dando continuidade, o interessante capítulo “Diversidade de fungos micorrízicos arbusculares associados a raízes de Deschampia antartica Desv. na Baía do Almirantado, Ilha Rei George, Antártica”, de autoria de Elismara Aparecida Pereira Monteiro de Andrade, avalia a ocorrência e a diversidade de fungos simbióticos no solo e nas raízes de plantas de D. antarctica. Encerrando o tema, segue o capítulo “O impacto da destruição da vegetação nativa sobre o desenvolvimento humano na Bahia", dos autores Flora de Lima Assis, Ricardo Dobrovolski e Paloma Ponchet Borges. Em três partes, o trabalho testa a relação entre quantidade de vegetação nativa remanescente e desenvolvimento humano e investiga a ligação entre as variáveis econômicas e o uso do solo no estado. O capítulo “Efeitos da aplicação de biossólido e resíduos de poda na revegetação de área de empréstimo no Distrito Federal”, abre o tema Restauração e Sustentabilidade. Os autores Leonardo Pereira Fraga, Thauany Pires dos Santos e Isabel Belloni Schmidt avaliam a sobrevivência e o crescimento inicial de mudas de espécies florestais e savânicas do Cerrado, em tratamentos com dosagens de lodo de esgoto e resíduos de poda estabelecidos em área de empréstimo. Na sequência, o capítulo “Avaliação de hábitats em riachos e seu potencial para a gestão de bacias hidrográficas”, de autoria de Roberto Nascimento de Farias, propõe um Protocolo de Avaliação Rápida para caracterização e levantamento de impactos antrópicos em riachos. O tema final reúne trabalhos sobre Mudanças Climáticas e Saúde Urbana. O capítulo “Projeções para os efeitos do aumento do nível do mar no sucesso reprodutivo de tartarugas marinhas no Brasil”, de autoria de Paula Rodrigues Nassar, Jonathas Barreto e Alexandre Schiavetti, apresenta projeções de perdas de áreas de desova de três espécies de tartarugas marinhas, em áreas reprodutivas do litoral brasileiro. Por fim, o capítulo “BR-OVT, Sticky BR-OVT e Double BR-OVT: poucas adaptações, múltiplas funcionalidades”, das autoras Morgana do Nascimento Xavier, Rosângela Maria Rodrigues Barbosa e Cláudia Maria Fontes de Oliveira, apresenta o desenvolvimento de três armadilhas para coletar culicídeos vetores em diferentes fases dos seus ciclos de vida. Com as inovações, o trabalho pretende contribuir nas ações de controle de vetores e vigilância entomológica. Uma excelente leitura!