A púrpura trombocitopênica trombótica (PTT) é um distúrbio hematológico de baixa prevalência mundial a qual pode ser classificada, de acordo com a sua etiopatogênese, em congênita em caso de mutação genética, ou adquirida relacionada a um distúrbio autoimune com descontrole na produção de autoanticorpos. É caracterizado por trombocitopenia intensa decorrente da deficiência do organismo em sintetizar a enzima ADAMTS13, resultando em um acúmulo de glicoproteínas multiméricas do fator de von Willebrand (fvW). O fvW auxilia na manutenção da homeostase, desempenhando um papel fundamental no transporte molecular de proteínas solúveis e indução da agregação plaquetária. O aumento das glicoproteínas fvW resulta na agregação plaquetária intravascular e, consequentemente, em crises vaso oclusivas. Diante do grave curso da PTT e, por muitas vezes estar associada a outros distúrbios hematológicos, o diagnóstico precoce é essencial a fim de melhor definir o prognóstico e a terapêutica adequada. Entre os métodos de diagnóstico laboratorial, a técnica de citometria de fluxo tem mostrado melhor eficácia, devido a sua sensibilidade e especificidade. Nesse contexto, este trabalho teve por objetivo investigar a presença de ensaios clínicos os quais utilizam a citometria de fluxo como método preferencial para o diagnóstico da PTT a fim de realizar uma reflexão do impacto sobre o desfecho clínico da doença.