MILTON NASCIMENTO: UMA HISTÓRIA CULTURAL DAS SENSIBILIDADES NA MPB

Imagem do livro Ciências Humanas e Sociais: Pesquisa e Reflexão
Título: MILTON NASCIMENTO: UMA HISTÓRIA CULTURAL DAS SENSIBILIDADES NA MPB
DOI: 10.53268/BKF21060201
Este estudo, tendo como proposta de condução o conceito de lugares de memória, elaborada a partir de duas obras fonográficas de Milton Nascimento, “Minas &“Geraes”, lançadas, respectivamente, nos anos de 75 e 76 e que foram considerados pela crítica da época como a melhor tradução do “movimento” Clube da Esquina. Tais obras foram engendradas num contexto em que o Brasil vivia um momento de forte repressão política, circunstância na qual Milton e seus parceiros percebem a hora de, em “Minas” cantar para dentro, em suas raízes mineiras e, em “Geraes” cantar para fora, ao incorporar à sua musicalidade elementos latino-americanos. “Minas & Geraes”, canto para dentro e para fora, como dizia Caetano Veloso, têm o significado de serem lugares sem frestas, onde não há “desbunde”, muito pelo contrário, há exposição de resistência nos corpos, na paixão, nos sentimentos, na fé e na memória; incapazes de serem tocados por um sistema cuja premissa era a total falta de sensibilidade para o humano e o universal. Se tratando da História das sensibilidades a memória, lembra os historiadores, é fato social, portanto, é arma. Para lembrar é preciso constituir memória. Uma forma específica de memória cujo compromisso com a verdade lhe dá sentido. A memória como “arma”, presente em algumas músicas justificaria este estudo. Constituir esta memória é apenas um dos escopos do nosso compromisso com a História Cultural da música e das sensibilidades. Sobre as sensibilidades, são entendidas como a tradução sensível das emoções, sensações e experiências dos indivíduos.
  • ALBERTO CARLOS DE SOUZA

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