A industrialização vinculou a ideia de prosperidade ao incremento contínuo de desejos materiais, sendo o crescimento econômico constante o meio de realizá-la. Contudo, esse ideal de desenvolvimento conduziu o mundo a um impasse designado dilema do crescimento. Qualquer declínio do crescimento tem consequências desastrosas e imediatas para a economia global. Por outro lado, a manutenção do atual paradigma degrada o meio ambiente e, provavelmente, provocará crises e rupturas. Diante deste contexto, este estudo pretendeu compreender as raízes históricas do consumismo por meio de uma revisão bibliográfica narrativa. Como aspectos positivos do modelo econômico capitalista destaca-se a oferta do mesmo poder de escolha e oportunidades de prosperar a todos os indivíduos, ao menos na teoria, e a capacidade de produzir riquezas suficientes para promover o progresso tecnológico. Porém, o estímulo ao crescimento econômico e consumo constantes inerente a esse sistema, produz efeitos bastantes negativos como a superexploração dos recursos ambientais, poluição, exclusão e desigualdade social e perda da qualidade de vida devido às longas jornadas de trabalho. A extração de matérias-primas necessárias para alimentar a cadeia produtiva é mais rápida do que a capacidade de recuperação do meio ambiente. Nesse ritmo, a sobrevivência da humanidade e o equilíbrio dos ecossistemas correm sérios riscos. Por isso, é importante discutir com seriedade sobre os caminhos para libertar a sociedade deste dilema. Um consumo menos guiado pela busca por felicidade, bem-estar e prestígio social pode contribuir bastante para a conservação dos recursos naturais e a construção de uma sociedade mais igualitária.