O trauma abdominal está cada vez mais presente nas rotinas hospitalares, sendo reflexo em sua maioria de uma sociedade cada vez mais violenta, onde a violência interpessoal e o índice cada vez maior de acidentes automobilísticos se tornam fator fundamental para o aumento da ocorrência de lesões abdominais. Devido a esse aumento, cabe-se analisar o trauma de modo a avaliar os mecanismos do mesmo e o desfecho das vítimas submetidas à laparotomia em hospital de referência da região, por meio da análise de prontuários dos acometidos e submetidos a tal procedimento no período anual de 2011 e 2016. Dentre os analisados, os pacientes do sexo masculino foram os mais acometidos, estando em sua maioria, na faixa etária de 21-30 anos. Houve predominância do trauma aberto ou perfurante em ambos os anos e do mecanismo mais comum de lesão, sendo as perfurações por arma de fogo (PAF), o método mais frequente. Os órgãos mais atingidos foram respectivamente, delgado, fígado e baço, sendo o trauma crânio-torácico regularmente associado. A maioria foi diagnosticado por meio de anamnese e exame físico. Ocorreu aumento de 500% em relação ao número de óbitos relacionados ao trauma de 2011 para 2016. Certifica-se, portanto, que o aumento dos índices de violência urbana se retrata no trauma abdominal, afetando diretamente em seus casos, alterando tipo, mecanismo e lesões associadas.